Wednesday, September 17, 2008

Paulo Freire na Veja


Quando a canalha levanta a voz, necessário se faz, sair ao encontro da mentira da imprensa venal. O lixo impresso abusa das leis da liberdade de imprensa que violaram quando no poder pela mão da ditadura. Uma revista, se assim pode se chamar o catálogo publicitário que suja os olhos do Brasil impunemente, desta vez decide atacar a figura de Paulo Freire. Na edição de 20 de agosto de 2008, as páginas marrons intitulavam: O que estão ensinando a ele? Veja, está na hora de se aprumar.

Gostaria de fazer chegar à viúva de Paulo Freire, a quem tive a graça de ver ao vivo enquanto docente da Universidade São Francisco, nos tempos de Valmor Bolan e cia, uma noite inesquecível de 1986, estas palavras. Não de desagravo, pois não há como macular ao educador do mundo. Imundo o dedo que ignorante tenta manchar a raça de construtores do amanhã mais justo pelo qual Cristo, Guevara, Perón, Allende, Freire, Ianni, todos nós desta imensa América, vivemos.

Paulo Freire retornava do exílio, Erundina no poder municipal da maior metrópole latino-americana. Formigas construtoras de um amanhã mais justo, mais feliz, mais bem alimentado, os docentes que nos alinhamos na caminhada freireana, agradecemos a Deus e ao mundo a existência desse ser de luz que continuará a iluminar a humanidade enquanto houver quem se una ao irmão, à irmã, na fraterna labuta de parirmos o sol que em cada um de nós dormita. Terapeutas Comunitários, sem Freire nada seríamos.

Rolando Lazarte
Dr. em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Licenciado em Sociologia pela Universidad Nacional de Cuyo. Autor de Max Weber: Ciência y Valores (Rosário de Santa Fé: Homo Sapiens, 2005). Colaborador da Revista Electrónica Veneno – Razones y pasiones de América Latina. Terapeuta Comunitário e escritor.


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